sexta-feira, 29 de abril de 2011

Acabo de ler...


A saga familiar marcada pela decadência é um gênero consagrado no romance ocidental moderno. A primeira originalidade deste livro, com relação ao gênero, é sua brevidade. As sagas familiares são geralmente espraiadas em vários volumes; aqui, ela se concentra em 200 páginas. Outra originalidade é sua estrutura narrativa.
A ordem lógica e cronológica habitual do gênero é embaralhada, por se tratar de uma memória desfalecente, repetitiva mas contraditória, obsessiva mas esburacada. O texto é construído de maneira primorosa, no plano narrativo como no plano do estilo. A fala desarticulada do ancião, ao mesmo tempo que preenche uma função de verossimilhança, cria dúvidas e suspenses que prendem o leitor.
Trecho:
"Quando eu sair daqui, vamos nos casar na fazenda da minha feliz infância, lá na raiz da serra. Você vai usar o vestido e o véu da minha mãe, e não falo assim por estar sentimental, não é por causa da morfina. Você vai dispor dos rendados, dos cristais, da baixela, das jóias e do nome da minha família. Vai dar ordens aos criados, vai montar no cavalo da minha antiga mulher. E se na fazenda ainda não houver luz elétrica, providenciarei um gerador para você ver televisão. Vai ter também ar condicionado em todos os aposentos da sede, porque na baixada hoje em dia faz muito calor."
Livro: Leite Derramado
Autor: Chico Buarque

quarta-feira, 27 de abril de 2011

o que os amigos fazem...

Ela está apenas começando mas já da sinais de que está vindo com todo o gás, afinal 
TALENTO & CRIATIVIDADE... 








...ela tem de sobra!!
Os primeiros trabalhos de Fernanda Vasconcelos.
*E em breve estarei mostrando seu ateliê e mais obras.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Hoje fui ao teatro ver...




O ator e diretor Nelson Baskerville apenas dirige o espetáculo, porém é personagem “defendido” por Veronica Gentilin.Os atores aprenderam a tocar instrumentos para a execução da trilha Sonora original composta por Gustavo Sarzi.A luz, não convencional do espetáculo foi inteiramente construída pelos atores e diretor e é operada de dentro do palco.
Há uma cena onde Maria Cristina leva Luis Antonio ao Guggeinhein de Bilbao; para essa cena a cia. encomendou 22 telas do jovem artista plástico Thiago Hattner
A Cia Mungunzá, sob a direção de Nelson Baskerville ganhou 36 prêmios em festivais pelo Brasil com o espetáculo “PorQue a Criança Cozinha na Polenta”
Luis Antonio Gabriela foi montado graças ao Proac LGBT.
FICHA TÉCNICA:
Luis Antonio – Gabriela
A partir do argumento de Nelson Baskerville
Intervenção dramatúrgica de Verônica Gentilin
ELENCO: Marcos Felipe, Lucas Beda, Sandra Modesto, Verônica Gentilin, Virginia Iglesias; Day Porto
DIREÇÃO: Nelson Baskerville
* FORA DE SÉRIE, SAÍ DE LÁ SEM PALAVRAS!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Acabo de ler...


João Ubaldo Ribeiro foi convidado a escrever um romance sobre a Luxúria , para a coleção Plenos Pecados. Existe todo um misterio ao ler A Casa dos Budas Ditosos pois o autor alega, não ser ficção, mas sim uma historia veridica, segundo o autor: um misterioso pacote foi deixado em sua portaria, eram os originais do livro, onde nos é apresentado uma personagem fascinante e excepcional em todos os sentidos: CLB, uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia e residente no Rio de Janeiro, que jamais se furtou a viver - com todo o prazer e sem respingos de culpa - as infinitas possibilidades do sexo. É uma narrativa pouco comum, às vezes chocante, às vezes irónica e sempre provocadora, envolvendo um dos pecados mais indomáveis e capitais: a luxúria. Seriam as memórias desta senhora devassa e libertina um relato verídico? Ou seria apenas uma brincadeira do autor? Nunca saberemos. O importante é que ninguém conseguirá ficar indiferente à franqueza rara deste relato e a seu humor corrosivo. Com a maestria que o consagrou como um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, João Ubaldo Ribeiro nos brinda com esse depoimento socio-histórico-lítero-pornô. Um romance impudico e provocador. Às vezes chocante, às vezes irônico, sempre instigante. Com a deliciosa sugestão de que, realmente, não existe pecado do lado de baixo do Equador.

MARAVILHOSO!RECOMENDO DE OLHOS FECHADOS, NÃO CONSEGUIA PARAR DE LER, MORRI DE RIR,NÃO TIVE A OPORTUNIDADE DE VER A PEÇA MAS FICAVA VISUALIZANDO A FERNANDA TORRES FALANDO AQUELAS LINHAS. GENIAL!


trecho:
"...e eu doida que ele gozasse na minha boca e ele acreditando naquela frescura preliminar do “essa coisa que espirra” e tirando o pau fora de minha boca para gozar na minha mão, até que não agüentei e grunhi “goze na minha boca!” e reenfiei o pau dele tanto quanto pude na boca e só parei quando senti ele gozando quase em minha garganta;” (p. 73)

domingo, 17 de abril de 2011

hoje fui...

Roberto Carlos - O Artista e seu Público
Espaço Cultural Citigroup 
Av. Paulista - 1.111 
Cerqueira César  

O cantor, considerado um dos artistas mais populares do País, ganha exposição com cerca de 39 fotografias que comemoram os seus 50 anos de carreira e 70 de idade. Além de fotografias, a mostra também traz um díptico feito pela artista Maria Helena Chartuni, que revela ao público o jovem Roberto Carlos da década de 1970.


Com curadoria de Jacob Klintowitz, a exposição foi idealizada com o objetivo de apresentar o Roberto Carlos em ação, com colegas e cantando para seus milhares de admiradores.

sábado, 16 de abril de 2011

hoje fui...



 






  “Sob o Peso dos Meus Amores”, uma retrospectiva bastante abrangente do trabalho do artista plástico Leonilson, morto em 1993, aos 36 anos.
Com curadoria de Ricardo Resende e Bitu Cassundé, a mostra reúne 314 obras, boa parte inédita, do artista cearense, um dos expoentes da “Geração 80”, e que sempre diversificou no uso de materiais para suas criações: desenhos, bordados, cadernos, mapas, brinquedos e globos terrestres.
Segundo a assessoria do evento, todas as peças em exposição são provenientes de coleções particulares, de museus e do Projeto Leonilson – criado em 1993 por um grupo de familiares e amigos do artista com a finalidade de pesquisar, catalogar e divulgar a obra, visando a realização de um catálogo geral de sua produção artística.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Hoje fui ao teatro ver...

Na trama, que mistura suspense e humor, um homem, Guilherme (Gustavo Machado), em conflito com a mulher (Paula Cohen), edita um documentário sobre o pai, ator famoso falecido recentemente. O barulho de um tiro chama a atenção de um investigador de polícia (Roney Facchini) que estava nas redondezas e que vai à casa desse homem averiguar se ali houve um crime. A partir daí, o aparecimento de sósias de pessoas ligadas a Guilherme vão revelando a conturbada relação que ele tinha com o pai morto. 


*Texto de humor afiado e inteligente apesar de alguns escorregões dos atores (excelentes os três) mas nada que prejudicasse ou fosse 'perceptível'  pelo grande público. Os muitos black outs me cansaram também. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

hoje fui...



“Dionísio Del Santo e o Concretismo”, com 51 obras desse artista capixaba.Com curadoria de Maria Alice Milliet, a exposição abrange quase quatro décadas da produção do artista, reunindo 11 xilogravuras dos anos 1950; 30 serigrafias dos anos 1970 e 80 e, por fim, uma seleção de 10 óleos sobre tela realizados no final dos anos 1980 e início dos 90.
A exposição foi organizada pela Fundação Nemirovsky, em módulos distintos, evidenciando a receptividade das idéias e técnicas, deixadas pelo Concretismo brasileiro, na obra do artista, morto em 1999.
“Dionísio Del Santo, capixaba, residente durante toda sua vida produtiva no Rio de Janeiro, foi dos que beberam da tradição construtiva no convívio com os concretos”, assinala a curadora.
Caixa Cultural SP

terça-feira, 12 de abril de 2011

Acabo de ver...

      Além da Imaginação foi uma série antológica, com apenas meia hora de duração, que apresentava o estranho, o bizarro, o inesperado. Essa série é o remake de 2002 desse clássico dos anos 50 e 60, apresentadas por um homem sinistro que abria com um pequeno texto e encerrava com uma lição ou sentença. Era de gelar a medula! Astros do cinema faziam filas para participar de seus episódios, mesmo como figurantes…


“Há uma quinta dimensão além daquelas conhecidas pelo Homem. É uma dimensão tão vasta quanto o espaço e tão desprovida de tempo quanto o infinito. É o espaço intermediário entre a luz e a sombra, entre a ciência e a superstição se encontra entre o abismo dos temores do Homem e o cume dos seus conhecimentos. É a dimensão da fantasia.

Uma região Além da Imaginação !"


* 44 episódios, alguns meio previsíveis, outros bem surpreendentes. 

domingo, 10 de abril de 2011

Hoje fui ao teatro ver...

  de William Shakeaspeare, é a primeira peça que inaugura o Espaço Elevador, sede da Cia Elevador de Teatro Panorâmico comemorando uma década de existência. A Cia deu sua versão para a peça escrita em 1599. Dirigida por Marcelo Lazzaratto, a montagem dispensa aparatos cenográficos e se aproveita da arquitetura do próprio espaço para narrar a história.
A peça se passa na França, em um lugar chamado Floresta de Ardenas, para onde todos os personagens fogem, ou são banidos, um bosque imaginário. A trama gira em torno de Rosalinda, filha do Duque Sênior, que ao ter seu trono roubado pelo irmão, Frederico, é obrigado a deixar a corte e rumar para a floresta.
* O fato de não usarem cenário algum ou qualquer outro recurso chega a cansar um pouco, afinal são duas horas e meia de espetáculo de um texto com falas longas, mas a excelente e criativa direção e o jogo de cintura dos atores garante a diversão.

sábado, 9 de abril de 2011

Hoje fui ao teatro ver...

Espetáculo mudo” estruturado exclusivamente a partir das ações da “Bruxinha Atrapalhada”, personagem título do livro homônimo de Eva Furnari. Combinando o universo de atores e o de bonecos, o espetáculo amplia a imaginação das crianças-espectadores, que são convidadas a inventar e projetar seus próprios diálogos e “escrever” a sua própria história. Dedicado a crianças a partir de 2 anos de idade, o espetáculo foi premiado com o APCA (música original) e FEMSA (cenografia e música original). 
Direção de Marcia Abujamra. 

* cenários e figurinos impecáveis além de uma boa atuação de todo o elenco, lindo espetáculo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Hoje fui ao teatro ver...

Instância # 1: D de Dating
O projeto é o resultado do processo cênico feito de forma colaborativa em residência artística realizada em Fortaleza e depois continuado em São Paulo, como mais uma Instância Aberta do projeto DatingSoccerFood. Neste trabalho o desejo, a frustração, o encontro funcionam como elementos de composição de uma pesquisa que busca novas possibilidades de uma escrita dramatúrgica em dança. “D de Dating” – instância aberta #1 teve a colaboração do bailarino e coreógrafo Heber Stalin, dos realizadores em vídeo Diego Hoefel e Mariana Smith e do artista visual Enrico Rocha. Idealizado e dirigido pelo coreógrafo Marcos Moraes, o projeto DatingSoccerFood se desenvolve em módulos que são apresentados através de Instâncias Abertas ao público. Tem como objetivo principal investigar os ‘modos de fazer’ da dança contemporânea a partir de encontros possíveis e das sínteses operadas pelo corpo.

Funarte São Paulo
Al. Nothmann, 1058 (Campos Elíseos)
Tel: (11) 3662-5177
 Duração: 60 minutos.

* tive a impressão que o trabalho foi concebido meia hora antes, totalmente sem qualquer conteúdo e nexo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acabo de ler...

          O jornalista Eduardo Bueno, narra, em "A VIAGEM DO DESCOBRIMENTO" - primeiro volume da coleção Terra Brasilis - uma das maiores aventuras jamais experimentadas pelo homem. Esta história, que durante tanto tempo nos foi contada como como mero punhado de nomes e datas a decorar, é agora desvelada como uma saga apaixonante, em que homens precisaram vencer seus limites na busca de um novo mundo.
O leitor encontrará respostas às questões acima e muitas outras extremamente reveladoras da vida cotidiana a bordo das caravelas de Cabral. Questões que até hoje eram conhecidas apenas de poucos especialistas. Eduardo Bueno nos faz descobrir novas e surpreendentes tramas em uma história que julgávamos conhecida. Com seu texto bem-humorado, repleto de casos pitorescos, ele nos apresenta um apaixonante épico - o descobrimento do Brasil.

Trecho:
"1.500. A armada chefiada por Pedro Álvares Cabral depara-se com mantos de ervas flutuantes balançando nas águas translúcidas do oceano. Sinal inequívoco da proximidade de terra. Após 44 dias ao mar e sete mil quilômetros, os 1.350 homens, espalhados por doze embarcações (a décima terceira fora engolida pelo mar pouco depois da partida de Lisboa), acotovelam-se à mureta das naus. "Terra à vista!" O grito longamente aguardado pode enfim ecoar. O cume de um grande monte, "mui alto e redondo", é vislumbrado. E o Brasil, descoberto."

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Hoje fui ao teatro ver...


O Grupo Nohgátikus com o espetáculo “Ponto de Partida”, adaptação de peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri.
Com direção de Pedro Braga, o grupo utiliza formas e princípios orientais do Teatro Noh para montar um texto brasileiro da década de 70. Além disso, discute os limites da criação artística do Japão medieval e o Brasil deste período.
Parábola da morte de Vladimir Herzog em 1975, “Ponto de Partida” fala do corpo de um poeta que pende de uma árvore na praça de uma aldeia medieval.
A morte de um homem perturba toda a população, pois ninguém acredita que na hipótese de suicídio. Inicia-se então um inquérito para saber se foi suicídio ou assassinato. Por meio de uma fábula trágica, Guarnieri discute temas como os mecanismos de ação do poder e a potência transformadora da arte e da luta pela liberdade.
Com dois anos de existência e pesquisa vertical no campo das artes cênicas, o Grupo Nohgátikus já produziu duas peças: ‘Anima’ (2009) e ‘Ponto de Partida’ (2010). Surgido através da união de artistas provenientes de três escolas de teatro, o Departamento de Artes Cênicas da USP, o Instituto de Artes da UNICAMP e a SP Escola de Teatro.

sábado, 2 de abril de 2011

Hoje fui conhecer...

Construído em 1914, o edifício atualmente ocupado pela Estação Pinacoteca foi concebido para abrigar armazéns e escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana que, com seus 108 quilômetros de extensão, interligava São Paulo a Sorocaba. Com a conclusão, em 1938, de novas instalações da companhia ferroviária, o edifício, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, foi colocado à disposição do Estado. Após reformas, o edifício passa, em 1939, a abrigar o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops) de São Paulo, órgão de repressão política que teve o ápice de suas atividades durante o regime militar (1964-1985). Após o fim do regime e a extinção do órgão, o edifício passa a abrigar a Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), até 1997, quando seu controle é transferido para a Secretaria de Estado da Cultura. Por sua importância histórica e arquitetônica, o prédio é tombado como um bem cultural, em 1999, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
Belo acervo com obras diversas e bem interessantes, muitos quadros de artistas conhecidos entre eles Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti entre outros, o memorial da resistência ainda hoje carrega toda a energia pesada de outrora, saí de lá abalado.