terça-feira, 27 de março de 2012

hoje fui...








As Memórias do Mar
Instalação de sacos plásticos contendo água do mar e fotografia. Estas imagens fizeram parte da vida da artista Débora Ramagnoll nascida em Ilha Bela - SP. Em exposição na estação São Bento do metro.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Acabo de Ler...

Carta a D. - História de um amor", de André Gorz, escritor austríaco, teórico de movimentos de esquerda dos anos 60, é um relato da vida do autor ao lado de sua esposa, vítima de uma doença degenerativa.
Publicado originalmente em 2006 e lançado no Brasil pela editora Cosac Naify, "Carta a D." recorda sob a ótica de Gorz o relacionamento de 54 anos que viveu com sua esposa Dorine Keir, vitima de um erro médico que lhe causou uma doença grave.

trecho: 
"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher. "
* De uma beleza e simplicidade sem igual... um relato de amor como há muito eu não via.

domingo, 25 de março de 2012

Lorca


Os Encontros de Um Caracol Aventureiro

Há doçura infantil na manhã quieta.As árvores estendem 
seus braços à terra.Um bafo tremente
cobre as sementeiras,e as aranhas estendem 
seus caminhos de seda -raias no cristal limpo do ar.
Na alameda um manancial recita seu canto entre as ervas.
E o caracol, pacífico burguês da vereda,
ignorado e humilde,a paisagem contempla.
A divina quietude da Natureza deu-lhe valor e fé, 
e esquecendo-se das penas de seu lar, desejou
ver o fim da senda.

Pôs-se a andar e internou-se
em um bosque de heras
e de urtigas. No meio havia duas rãs velhas 
que tomavam sol,entediadas e enfermas.

'Esses cantos modernos' -murmurava uma delas-'são inúteis.'
 'Todos,amiga' -lhe responde a outra rã, que estava
ferida e quase cega. -'Quando jovem acreditava
que se finalmente Deus ouvisse o nosso canto, teria
compaixão. E minha ciência,pois já vivi muito,
faz com que não o creia.
Eu já não canto mais...'

As duas rãs se queixam,
pedindo uma esmola a uma rãzinha nova
que passa presumida apartando as ervas.

Ante o bosque sombrio o caracol se aterra.
Quer gritar. Não pode. As rãs aproximam-se dele.
'É uma mariposa?' -diz a quase cega. 
'Tem dois cornichos' - a outra rã responde.
'É o caracol. Vens, caracol, de outras terras?'
'Venho da minha casa e quero
bem depressa voltar para ela.'
'É um bicho mui covarde' - exclama a rã cega.
'Não cantas nunca?' 'Não canto', diz o caracol.
 'Nem rezas?' 'Tampouco - nunca aprendi.'
'Nem crês na vida eterna?' 'O que é isso?'
'É viver sempre dentro da água mais serena,
perto de uma terra florida que rico manjar sustenta.'

'Quando menino me disse um dia minha pobre avó 
que, ao morrer, eu iria para junto das folhas mais tenras 
das árvores mais altas.' 
'Uma herege era tua avó.
A verdade te dizemos, nós. 
Acreditarás nela' - dizem as rãs furiosas.
'Por que quis ver a senda?' -geme o caracol.
 'Sim, creio para sempre na vida eterna que [me] predicais...'

As rãs,muito pensativas, afastam-se,e o caracol, assustado,
vai-se perdendo na mata.
As duas rãs mendigas como esfinges ficam.
Uma delas pergunta:'Crês tu na vida eterna?' 
'Eu não' - diz mui triste a rã ferida e cega.
'Por que dissemos, então,ao caracol que cresse?'
'Porque... Não sei por quê' - diz a rã cega.
'Encho-me de emoção ao sentir a firmeza 
com que chamam meus filhos a Deus lá da acéquia...'

O pobre caracol volta atrás. Na senda um silêncio ondulado emana* da alameda. 
Com um grupo de formigas encarnadas se encontra. 
Vão muito alvoroçadas, arrastando atrás de si outra formiga que tem  
truncadas as antenas. O caracol exclama: 
'Formiguinhas, paciência. Por que assim tratais vossa companheira?
Contai-me o que fez. Eu julgarei com consciência. 
Conta-o tu, formiguinha'. 
A formiga, meio morta, diz muito tristemente: 'Eu vi as estrelas'.
'Que são as estrelas', dizem as formiguinhas inquietas. 
E o caracol pergunta, pensativo: 'Estrelas?' 
'Sim' - repete a formiga-, 'vi as estrelas, 
subi na árvore mais alta que existe na alameda 
e vi milhares de olhos dentro de minhas trevas.'
E o caracol pergunta: 'Mas o que são as estrelas?' 
'São luzes que levamos sobre nossa cabeça'. 'Nós não as vemos', as formigas comentam.
E o caracol: 'Minha vista só alcança as ervas'. 
E as formigas exclamam, movendo as suas antenas: 
'Matar-te-emos, és perguiçosa e perversa. 
O trabalho é a tua lei'. 
'Eu vi as estrelas', diz a formiga ferida.
E o caracol sentencia: 'Deixai-a ir, continuai as vossas tarefas. 
É possível que, muito em breve, já rendida, morra'.

Pelo ar dulcífico, cruzou uma abelha.
A formiga, agonizando,cheira a tarde imensa,e diz: 'É a que vem
levar-me a uma estrela'.
As demais formiguinhas fogem ao vê-la morta.

O caracol suspira e aturdido se afasta cheio de confusão 
por causa do eterno. 'A senda não tem fim' - exclama.
'Talvez às estrelas se chegue por aqui.
Mas minha grande fraqueza me impedirá de chegar.
Não pensemos mais nelas.' 
Tudo estava brumoso de sol débil e névoa. Campanários longínquos 
chamam gente à igreja,e o caracol, pacífico burguês da vereda, 

sexta-feira, 23 de março de 2012

hoje fui...

Roma: a vida e os imperadores
A mostra itinerante, que foi exposta recentemente em Belo Horizonte, é composta por diferentes peças, que vão desde esculturas em pedra e metal, passando utensílios domésticos, decorativos, instrumentos de guerra, objetos ritualísticos, e peças comuns à vida cotidiana de Roma em geral. O objetivo da exposição é apresentar um retrato conciso da vida social romana em um período que se estende por certa de cinco séculos, entre II a.C. até III d.C., considerado o apogeu do Império Romano.
Roma – A vida e os imperadores é a mais importante exposição organizada pelo MASP nos últimos anos. Como se sabe, o museu tem vivido uma crise profunda em sua administração, com episódios deploráveis que vão desde a ameaça de corte da luz do museu até o roubo – com métodos dos mais banais, como o uso de um pé de cabra – de telas de Picasso e Portinari do acervo da instituição, obras, felizmente, recuperadas pouco mais tarde. Vale ressaltar também que, como parte do processo de sucateamento proposital do MASP, o governo tem investido pouquíssimo na instituição, que tem há vários anos uma administração “terceirizada”, privada. Daí também a magérrima programação de exposições anuais do museu.






...não é permitido fotografar a exposição mas eu burlei a segurança e tirei essas fotos escondidos com exclusividade para você que acompanha o meu blog.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Acabo de ver...

DEXTER - 6ª TEMPORADA

" Sua existência é abalada quando ele cruza com um inimigo muito diferente do que ele já enfrentou antes. Um fanático religioso com convicções delirantes e inabaláveis, este novo adversário logo chama Dexter em um jogo perigoso que pode muito bem acabar em desastre. "